segunda-feira, 8 de março de 2010

Incógnita



Um dia aprendo para que serve o silêncio. Não é o silêncio da fala, mas, o silêncio da alma. Do que adianta tantas frases inconcluídas no vácuo desse universo, se o que grita em mim, só se ouve em meu olhar. Meus olhos falam além da boca, exaltam os sons do desejo, do medo, do frio e da felicidade.
Está aí, o que é a felicidade? É o aqui e agora ou é que almejo nas entrelinhas do meu caderno sem pauta, aqueles de 1990 onde as palavras, nele escritas, sobem e descem sem ter onde se apoiarem. A linearidade não existe, é algo que só se anseia.
Poucas pessoas ouvem o que olho, menos pessoas ainda vêem o que falo. Não compreendo o implícito explícito nas minhas ações. Amanhã, ontem, hoje, sem sequência cronológica, analógica ou digital.
O que eu sinto, ah, não é amor, juro! Paixão, até pode ser; mas, do que adianta a paixão se não te quero por perto (isso pode mesmo ser paixão?)
Tanto faz, isso não está posto em questão... Se é utópico ou óbvio, não nem quero saber.

Um comentário:

  1. Parabéns pela força gravitacional do texto. Poderia muito bem transformá-lo em um poema, ficaria lindo também.

    Lembrou-me duma passagem do M. Bandeira: "deixe seu corpos se entenderem com outros corpos/ pois os corpos se entendem/ mas as almas não."

    Um tanto triste se pensarmos no mundo ideal que querendo ou não montamos... mas é de certa forma confortante saber que outras pessoas sentem o mesmo que nós... dá um ar de cumplicidade.

    Parabéns mais uma vezes e está sendo um prazer incomum lhe conhecer!

    bjus

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