domingo, 24 de janeiro de 2010

Sinta

A sua companhia
Me entorpece de alegria
Com rima e sem rima
É um sentimento que contagia.

Momentos diários são suficientes
Pra que a afeição mude
Contente
Pau. la. ti. na. men. te.

Nada em mente
A tristeza sim, au(sente)
En(costa) e des(encosta) em mim
Aqui, lá, ali e acolá...

Tudo em mente
Aqui, agora, ao meu lado
Sempre presente
Pode ser que amanhã esteja ausente?!

O amanhã,
Não está em mente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Extremos


Só me basta TUDO!

Não me contento com pouco
Partes
Fragmentos
Migalhas

Extremista ao "extremo"
Tudo ou Nada
Sim ou Não
Dia ou Noite
Chuva ou Sol
Amor ou Ódio

TALVEZ é incoerente ao meu ser...

Não sei viver na dúvida
Nem preciso justificar mais nada.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Saudade




Ah saudade!
Quem é você?
De onde veio?

Vou fazer-lhe um pedido
Deixes em paz a minh'alma
Saibas que com a sua presença
A minha mente vive em constantes deletérios
Vá fugaz
Sem fulgor, já que não o possui

Jaz
Em outro lugar
Aqui o vão é muito grande e não suporta você.

Conveniência


Qual será a máscara que vou usar hoje? Uma com um imenso riso nos lábios e com os olhos bem delineados, para delimitar que a felicidade é a minha parceira constante, somente ela e nada ou ninguém mais. Uma máscara de boa moça para assim, não transpor os meus apetites insanos da sensualidade e sexualidade encobertos por ela. Talvez a máscara da solidão, não sei bem se posso denominá-la como tal, já que é constante na minha vida, no espírito e na alma. Pode ser que use a máscara da Colombina e não quero ser amada por Pierrot nem pelo João, José e qualquer outro alguém ou niguém por aí. Me amar é desnecessário, já que não terá reciprocidade.
Não vou pensar na máscara que usarei amanhã, ela virá de acordo com a minha necessidade e conveniência.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pretérito imperfeito





Estou tentando,
Não procurar por você
Não te ver
Não pensar mais em você.

Fugindo,
Dos meu pensamentos
Dos bons e maus momentos
Dos meus sentimentos.

Reprimindo,
As minhas forças
Diversas caras e bocas
E a saudade que explode em mim.


Literalmente desarmada
Com a alma escancarada
Vou viajar léguas e léguas por essa longa estrada.


E passado um tempo, eu sei, não será nada além de passado!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Talvez


Sexo Abstrato. Por Burity


Quiçá os nossos corpos se fundam
No mais sobrenatural concúbito
Sem tolher
Sem titubear.




Quiçá...







quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aspiração




Nos seus trejeitos me inspiro
                                  respiro
                   e deles me refiro


Muito além de um beijo
Paira o meu desejo
Sorrateiramente almejo



P
  U
      L
         O 

De degrau em degrau

Pelo desfiladeiro que existe entre mim e você
Cautelosa(mente)
Para não cair no precipício.









O riso não se faz presente em minha face
A alegria esmagadora da tristeza
Se perdeu no meio do caminho
Se perdeu caminhando, saltando e voando por ali.

As lágrimas contidas em mim
Dilaceram a minha alma
Mas porque deixá-las cair?
Melhor que fiquem mesmo trancafiadas.

A minha dor só se refere a mim
É desnecessário que ela sobreponha o meu eu
O buraco que se formou em minha volta
É a minha morada, não sei se será eterna ou momentânea.

A solidão é minha companheira
De longos monólogos e anseios
Ela me pede para que fique cada vez mais só
Pede para não olhar para os lados, somente para trás.

Olhando para o horizonte vejo os olhos negros daquela menina
Menina que brinca por entre o vento e os girassóis
Corro, corro, corro para alcançá-la e não consigo
Não entendo... Estou cada vez mais distante...

... Distante da menina, do vento, dos girassóis, distante de mim e da minha vida.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Saudosismo


Deitada em minha cama, olhei para o lado e vi o criado mudo. Sobre ele um porta retrato bonito(?) com uma foto antiga (antiguinha mesmo) e vieram a tona algumas recordações... Como era bom acordar pela manhã e gritar "mãe, quero mamar", levantar e brincar com o meu ursinho chamado Peposo (e por incrível que pareça, ele está aqui no quarto). Saudade dos dias de sol que clareavam até a sombra. Eu era chorona (como sou até hoje) e era só o meu pai falar em um bom e alto tom "Te amo" que eu chorava. Tinha medo de psicina (ainda não sei nadar), de andar a cavalo (cavalgo bem, aprendi!) e de aranha (como detesto esse inseto). Que engraçado, em 1990 eu estudava na pré-escola e na comemoração do dia das crianças eles deram para os alunos um pintinho (veja que presente de grego)... Ah esse pintinho rendeu muita história [ Eu tinha seis anos, e no dia que pisei em cima do pintinho, foi o dia e em que aprendi a fazer bolinha de ar com chiclete na boca {sem querer, desastrada desde sempre, pisei em cima do dito e ele morreu. Fui chorar em frente ao espelho, confesso que às vezes ainda faço isso e chupando chiclete... "plock" fiz a minha primeira bolinha}], foi muito emocionante que não me esqueci. Eu queria também ter uma bicicleta (que fosse minha) e na minha casa só existia uma bicicletinha que era do meu irmão com o pneu traseiro furado, fui então, aprender a andar nessa bicicleta mesmo. A empurrava em uma rua lateral à minha casa (que é uma casa que se localiza na esquina) e descia sentada na bicicleta (foi assim que aprendi a dar as minhas pedaladas). Eu ainda não sabia ler e ficava insistentemente atrás da minha mãe para que lesse os gibis que eu amava tanto (e ainda amo). O mingau de cremogema adoçava as minhas tardes, ah como é bom!!! Cremogema ainda faz parte da minha vida, trocava qualquer almoço ou jantar se fosse possível por um mingau... Uma vez, fui em um bar com uma vizinha sem avisar os meus pais, resultado: quando cheguei o meu pai estava nervoso e para eu não sair mais sem avisar e ele foi me bater achando que ia me educar (pediu então pra eu virar a bundinha), (dei imensas gargalhadas agora) - vou perguntar para o meu pai porque ele pediu isso e além do mais vou ensinar a ele como é que se educa ... Quantas brigas tolas com meu irmão que era o "meu filho", que por sinal, eu ainda o chamo de "meu filho"... Tantos sonhos e desejos e vejo que ainda hoje a vida é tão colorida quanto antes.. Tem dias que são negros, outros brancos, rubros, multicoloridos, afinal, tudo é uma questão de humor ou da lua, já que no meu mapa astral (?) consta que sou regida por ela.


Recordações, saudades... Isso também faz parte da vida!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Paradoxo




Não tente me entender,
Simplesmente me sinta.
Não queira se impor,
Eu não vou obedecer.
Não tente me prender,
Me deixe solta para voltar.
Não ouse me expor,
Que tipo de troféu sou eu para você vangloriar?
Penses o que quiser,
Eu não vou me importar.
Não faças uma interpretação errônea sobre mim,
Eu não vou com você, me interpretar.
É simples, aproveite, eu estou aqui!
Não sei até quando vou ficar.
Não quero que me ames, é pedir muito,
Apenas tente me gostar.
Entre o não e o sim, é assim que eu vivo,
Perambulando por entre os becos.
Na contradição da vida
Por entre os erros e os acertos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No divã vermelho



Início da tarde, exatamente às 12 h e 18’, Severina caminhava pela rua infinita até chegar ao seu destino, local do encontro semanal. Rua singular aquela, visto que, todas as ruas possuem fim, menos essa. O encontro semanal é com a psicodramatista, chamada Luz (interessante como o seu nome condiz com sua aura). Aquela não era uma quarta-feira qualquer... Sentou-se no divã vermelho (cor escolhida propositalmente, afinal, estudos afirmam que aflora as emoções) e nesse dia foi desenvolvida uma atividade de autognose, diferente das desenvolvidas até então. Mesmo com aquela ansiedade dissipadora, Severina fechou os olhos e concentrou-se somente no timbre agudo da voz da Luz... Permitiu-se imaginar caminhando por um lindo campo desses a perder de vista, plano, encoberto por capins bailando ao vento, que de lindo talvez só o verde dos capins ou céu imensamente azul, tão azul como se nuvens não existissem ali e unido a um sol cintilante daqueles que cegam os olhos. Caminhando, Severina se deparou com uma montanha (e que montanha), mais íngreme que o Pico da Bandeira. Subir essa montanha era algo impossível para ela, preferiu então, contorná-la e continuar sua caminhada. Logo, Severina avistou um castelo, grande castelo horrendo (a sua arquitetura remetia a uma aparência das executadas no século XVI). Passou pelo portão do então, obsoleto castelo, que se encontrava apenas encostado e caminhou por entre terras e folhas secas caídas no chão, interessante, era como se lá o outono fosse a estação permanente durante o ano. A árvore plantada ali não tinha vida, apenas tronco seco e fosco (ela nem vegetava mais)... Adiante, estava a entrada do castelo. Severina caminhou talvez 1,05 m ou 1,33 m e adentrou na fortaleza em frangalhos. Que triste imagem vista por ela, somente uma mesa de mogno com 16 assentos, capaz de reunir uma grande família para um almoço ou jantar, mesa empoeirada e servia como sustentação para grandes, médias, leves e flutuantes teias de aranha, tecidas por entre o tempo da morte da alma e a sua súplica pela vida. De repente, apareceu um mago (tão feio quanto o castelo) e eu não acreditava na existência deles, pensei que existiam somente nas ficções dos filmes, ele parecia mais um bruxo... Severina tinha o direito de fazer três perguntas importantíssimas a esse mago (ser acinzentado, possuidor da cor de concreto). Depois de tanto pensar fez a sua primeira pergunta: perguntou por que o céu é azul e o mago então respondeu que o céu é o reflexo do mar, por isso possui essa cor. (Mas não eram perguntas importantes? As outras duas perguntas são mais insignificantes que essa e isso torna desnecessário escrevê-las aqui). Antes de retornar ao campo, Severina ganhou um presente desse mago e decidiu ver o seu presente durante a caminhada. Voltando pelo mesmo percurso, passou novamente pela montanha e desviou (subir seria realmente impossível), queria se sentar para abrir o seu presente, mas aonde sentar, ali só existia capim... Caminhou, caminhou, caminhou e encontrou uma árvore. Árvore linda aquela, robusta, detentora de imensos galhos, capazes de sombrear tudo em sua volta, sem deixar o ambiente melancólico. Ao se sentar nesse aconchego, abriu o seu presente... Foi tomada por uma imensa surpresa, o seu presente era uma agenda (agenda?!), sim uma agenda com uma capa dourada que elucidava mais que uma lâmpada amarela de 100 v. Suas páginas eram brancas, podendo ser associadas à nuvens desenhadas no céu ou a um rio repleto de algodão. Severina foi saindo desse campo e voltando para o seu divã... Luz então, entrou em cena e foi analisar com Severina as suas imagens unidas às suas sensações... O campo representa a VIDA e como viver uma vida plana, sem emoções, sem sentimentos? A montanha representa os problemas, tão grandes que enfrentá-los era algo impossível. O castelo seria a visão que Severina tinha de si mesma... Severina demonstrava uma coragem, falsa coragem, que a possibilitou adentrar no castelo e consequentemente o encontro com o seu “eu”... O mago era Severina conversando com ela mesma e veja bem, tentando se iludir... Mas, a mesa, a árvore e a agenda, o que significavam??? Escutando essa interpretação, Severina parou e analisou minuciosamente a sua vida. O funesto é que Luz tens razão!!! Ela não queria admitir que estava feia, vazia, morna ou melhor, mais que fria, congelada, vivendo em um mundo fantasiado, se envolvendo superficialmente em suas relações e vendo somente desgraça aonde existe graça, risos e gargalhadas. Desilusão da vida, sendo triturada e devorada pelos sentimentos maléficos e oportunistas da dor e da solidão... A sua casa já não era sua, a sua cama estava pequena, o seu coração e a sua dor não cabiam em si. Sim, Luz tens razão! Essa era a verdadeira Severina! Como dizia Drumonnd, e agora José? Agora é que Severina encontrou a luz para sua vida e sua agenda, o presente do mago era o indício de que seus dias não deveriam ser vãos, era preciso cor, vida, sentimento, envolvimento... O divã naquele dia proporcionou um diferencial, Luz possibilitou Severina elucidar os seus olhos penumbrados. E a sua relação com a árvore e a mesa? Ahhh! Isso Severina me não revelou.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Mito do Novo Ano



O tão esperado ano novo chegou! Tantas promessas, tais como: "No próximo ano serei fiel", "Se eu tiver um novo emprego, prometo que realmente trabalho", "No próximo ano vou realmente saber em quem votei", " Vou aguçar a minha criticidade no ano novo", "no próximo ano vou estudar", "Vou começar, no próximo ano, aquela dieta que emagrece 20 kg por mês", "No próximo ano vou comprar um carro", "No ano novo vou sair do especial e do cartão de crédito", "No próximo ano vou me casar", "No próximo ano serei feliz"... Dentre essas promessas existem outras milhares, mas, que se referem ao próximo ano. Porque devemos esperar que o tempo cronológico mude para iludirmos e deixarmos idealizar algo nessa mudança de tempo? O tempo não é hoje e agora? O que tem de novo no 'Ano Novo' que desperta tantos desejos e devaneios que se perdem no cotidiano das pessoas durante as horas, dias e meses? A vivicitude dos desejos, anseios e fantasias só se permitem escancarar quando se aproxima o novo ano? Ah! Se o tempo cronológico alterasse simultaneamente o tempo emocional e financeiro das pessoas, talvez não precisaríamos do ano novo para revigorar tantos desejos encobertos no subconsciente e desvelados nas atitudes e falas gritadas e outras cochichadas em cada esquina por onde passamos. Tantos sonhos que se explodem na realidade econômica e social desse nosso país, o sonho básico, simples para uns e complexo para outros: o de se alimentar; o desejo da maioria das pessoas: ter o mínimo de paz. Tantos clichês desenxabidos na TV... Diante disso e muito mais, o que é então O Ano Novo, senão, um mito?